Brasil reduz mortes por hepatites B e C em até 60% em 10 anos

Hepatite C segue como a mais letal entre as virais e maioria dos casos é registrado entre homens; foram 342.328 casos no país em 24 anos

O Brasil registrou uma queda expressiva na mortalidade por hepatites virais na última década. Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta 3ª feira (8.jul.2025), as mortes causadas por hepatite B caíram 50%, enquanto aquelas por hepatite C recuaram 60% de 2014 a 2024. Leia a íntegra do relatório (PDF – 2 MB).

No período, o coeficiente de mortalidade por tipo B passou de 0,2 para 0,1 por 100.000 habitantes. Já no caso do tipo C, a taxa caiu de 1,0 para 0,4 por 100.000 habitantes. Em 2024, o país registrou 11.166 casos de hepatite B e 19.343 de hepatite C.

Segundo o Ministério da Saúde, a queda na mortalidade por hepatite C se deu por causa do uso dos antivirais de ação direta (DAA). Esses medicamentos, que bloqueiam a replicação do vírus, apresentam taxas de cura superiores a 95% em tratamentos de 12 a 24 semanas. Já a redução na mortalidade por hepatite B foi atribuída à ampliação da cobertura vacinal.

Entre crianças menores de 10 anos, os casos de hepatite A caíram 99,9%. A transmissão vertical da hepatite B (de mãe para filho) também apresentou queda: houve redução de 55% na detecção da doença em gestantes e de 38% nos casos em crianças com menos de 5 anos.

De 2000 a 2024, foram confirmados 826.292 casos de hepatites virais no Brasil, segundo o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), sendo:

  • C: 41,5%;
  • B: 36,6%;
  • A: 21,2%;
  • D (ou Delta): 0,6%;
  • E: 0,1%.

A distribuição geográfica das infecções variou conforme o tipo de vírus. O Nordeste concentrou a maior parte dos casos de hepatite A (29,2%), enquanto a maior proporção dos casos de hepatites B e C foi registrada no Sudeste (34,0% e 57,7%, respectivamente). A região Norte apresentou a maioria dos casos de hepatite D (72,4%).

HEPATITE A

É transmitida, principalmente, por meio de água e alimentos contaminados, além do contato direto com pessoas infectadas.

A taxa de incidência de hepatite A no Brasil foi de 1,7 caso por 100.000 habitantes em 2024, o que representa um aumento de 54,5% em relação a 2023, quando o índice foi de 1,1. De 2000 a 2024, o país registrou 174.977 casos confirmados da doença, o equivalente a 21,2% do total de infecções por hepatites virais no período.

Nove capitais brasileiras registraram, em 2024, taxas de incidência de hepatite A acima da média nacional. Os maiores índices foram observados em Curitiba (31,3), Campo Grande (17,2), Florianópolis (13,5), Porto Alegre (8,6), Belo Horizonte (7,2), Rio de Janeiro (5,6), São Paulo (5,2), Brasília (2,8) e Recife (1,9).

HEPATITE B

É transmitida, principalmente, por contato com sangue, sêmen ou outros fluidos corporais contaminados. Pode ocorrer em relações sexuais desprotegidas e compartilhamento de objetos perfurocortantes (como agulhas, alicates, lâminas).

De 2000 a 2024, foram registradas 21.065 mortes associadas à hepatite B, sendo 51,9% com a doença como causa básica. A maior concentração de mortes foi na região Sudeste (43,6%). Assim como na hepatite C, a maioria dos casos de hepatite B foi registrada em homens (55%). O número de casos confirmados da doença no período foi de 302.351.

HEPATITE C

É transmitida, principalmente, pelo contato com sangue contaminado. Ao contrário das hepatites A e B, não existe vacina para hepatite C, por isso, a prevenção é fundamental.

A hepatite C foi responsável por 72.242 mortes associadas no Brasil de 2000 a 2024. Dessas, mais da metade (51,6%) teve a doença como causa básica. A maioria se deu no Sudeste (55,8%), seguida pelas regiões Sul (23,5%) e Nordeste (11,1%). O número de casos confirmados no período foi de 342.328.

Homens representaram a maioria dos casos (57,2%). Entre os casos com origem conhecida, o uso de drogas respondeu por 10,4% das infecções, seguido por outras formas (10%), transmissão sexual (9,4%) e transfusão de sangue (8,4%). A origem provável da infecção não foi informada em 60,3% dos registros.

DIAGNÓSTICO

A testagem para a hepatite é gratuita no SUS e pode ser feita por meio de testes rápidos ou laboratoriais, conforme indicação. A busca pelo diagnóstico deve ser feita ao menos uma vez por pessoas com mais de 20 anos.



Fonte: Poder 360

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