Um levantamento da Moody’s com cerca de 3,5 mil empresas não financeiras com rating em todo o mundo mostra que companhias latino-americanas enfrentam maior exposição aos riscos relacionados às tarifas dos Estados Unidos que pares da Ásia-Pacífico e Europa. Elas são menos impactadas do que suas contrapartes americanas, no entanto.
A exposição foi classificada como alta, moderada ou baixa, com base em três canais: comércio, condições macroeconômicas e mercados financeiros.
Segundo o relatório, riscos relacionados às tarifas teriam efeitos limitados na qualidade do crédito da maior parte das empresas não financeiras da América Latina com rating. Só 9% delas estão expostas diretamente ao comércio, enquanto 21% apresenta alta exposição a choques macroeconômicos e 10% alta exposição à volatilidade do mercado financeiro.
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Nesse cenário, México, Brasil e Chile são os principais impactados. Aos dois países foram impostas as maiores alíquotas de tarifas pelo presidente Donald Trump na região, de 30% e 50%, respectivamente.
De acordo com a Moody’s, o México tem a maior exposição às tensões americanas, com 76% das exportações indo ao país vizinho. Os setores automotivos e de energia são os dois com mais alto risco relacionado ao comércio com os EUA. No caso do Brasil, os setores de aviação, automotivo, químico e metais e mineração.
O México, no entanto, conseguiu prorrogar a implantação da novo valor por 90 dias enquanto negocia um acordo e tem tarifas variáveis por produto, incluindo algumas isenções, imposto de 10% para potássio, 50% para aço e alumínio e uma base de 25% para as demais.
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No caso do Brasil, produtos importados pelos EUA seguem com 50% de tarifa, mas quase 700 itens entraram em uma lista de exceção, incluindo aeronaves e suas peças, petróleo e suco de laranja. O Chile se destaca pela alta exposição macroeconômica, especialmente nos setores de metais, químicos e produtos florestais.
“Empresas com alta exposição englobam vários setores, incluindo o grupo mexicano de mineração Fresnillo, a fabricante brasileira do setor aeroespacial Embraer e a produtora agrícola Camposol do Peru”, diz o relatório sobre companhias da região. A Embraer, no entanto, se beneficia da isenção ao setor aeroespacial.
Fonte: Info Money