O saldo do final de semana para os bares e restaurantes poderia ser pior, mas relatos apontam para impactos da crise do metanol nas vendas de destilados. Apesar da percepção de que não houve uma queda tão brusca no movimento dos estabelecimentos, a redução no consumo de bebidas como uísque, vodca e gin chegou a 80% na cidade de São Paulo.
O diretor da Associação Paulista De Bares, Restaurantes, Eventos, Casas Noturnas, Similares e Afins (Apressa), Denis Rezende, aponta para uma queda nesse patamar nos bares da capital e afirma que houve crescimento no consumo de cerveja, vinho e bebidas sem álcool nos empreendimentos. “Foi melhor do que se imaginava”, disse ao InfoMoney.
Leia também: MP denuncia 20 por falsificar cerveja e pede exame para detectar presença de metanol
Continua depois da publicidade
O calor que chegou à cidade no fim de semana contribuiu, na avaliação de empresários, para um desempenho melhor do que o esperado, ao menos no primeiro momento. Segundo o sócio do Grupo Azim, Fausto Saez, após uma sexta-feira fraca, as casas do grupo estiveram lotadas em diversos momentos do sábado e do domingo.
“Tivemos uma queda geral no movimento de 20% e uma redução de cerca de 80% nas vedas de destilados. Em contrapartida, houve um aumento significativo nas vendas de chope e cerveja”, afirma. “Vendemos alguns destilados, principalmente para clinetes assíduos”, relatou o empresário sócio de casas como Posto 6, Salve Jorge e Patriarca.
Resultado similar foi anotado pelo sócio do Zero Bar, Vitor Yu. A casa localizada ao lado do Beco do Batman, na Vila Madalena, reduto boêmio de São Paulo, vendeu o equivalente a cerca de 18% da média dos drinks de “uma semana normal”. O principal substituto foi a cerveja.
Continua depois da publicidade
Leia também: Entenda como é feita a análise de bebidas adulteradas
“Nós somos mais focados na venda de drinks, então sentimos bastante essa diferença. A maioria dos clientes não queria consumir drink. Só cerveja e bebidas enlatadas”, conta Yu. “Isso pra nós é péssimo, porque a margem da cerveja é muito mais baixa que a do drink. O drink ajuda muito mais a gente em termos de rentabilidade.” O faturamento, conta ele, foi igual a 60% da média de outras semanas.
Bares e restaurantes aguardavam pelo fim de semana como um “termômetro” para desvendar a gravidade que a repercussão dos casos de intoxicação por metanol teriam no setor. Apesar de ainda não ter dados consolidados, o presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, diz que o fim de semana “parece ter sido bem para a maioria”.
Continua depois da publicidade
“Regiões de classe alta em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte parecem ter sofrido um pouco mais”, avaliou.
Fonte: Info Money