Autoridades francesas temem crescentes intrusões da ‘esfera MAGA’ na política interna

Em 28 de setembro, dia em que a Moldávia realizou as recentes eleições parlamentares, Elon Musk compartilhou uma postagem de Pavel Durov, fundador da rede social Telegram, no serviço. De acordo com o bilionário franco-russo, os serviços de inteligência franceses ofereceram-se, “através de um intermediário”, para defender o seu caso aos juízes que tratam do assunto se ele concordasse em “ajudar o governo moldavo a censurar certas contas do Telegram” antes das eleições presidenciais do outono de 2024 no país, que foram marcadas por extensa interferência russa. “Uau”, escreveu Musk.

“Portanto, aqui temos o chefe do X mais uma vez a apoiar a propaganda russa, num dia de eleições”, escreveu a eurodeputada Nathalie Loiseau, no mesmo dia, também apoiando o candidato pró-Rússia de extrema-direita. Loiseau, que anteriormente serviu como ministro dos Assuntos Europeus no governo do presidente Emmanuel Macron, não foi o único a reagir à alegação. A mensagem de Durov, que desde então foi vista mais de 37 milhões de vezes, recebeu uma resposta oficial – embora com muito menos alcance – da conta francesa Response X, que o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês criou, há menos de um mês, precisamente para combater tais tentativas de desinformação online.

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Por mais modesta que seja, a resposta ao tweet de Musk ilustrou a preocupação crescente das autoridades francesas sobre várias tentativas de elementos da esfera MAGA para influenciar a política francesa, algumas das quais estavam ligadas a intervenções mais ou menos discretas conduzidas pela administração Trump. Embora Musk tenha se distanciado de Donald Trump, sua postagem despertou ainda mais preocupação, pois demonstrou um fenômeno, que um funcionário francês chamou de “porosidade”, ligando o mundo MAGA e canais de influência não americanos que são suspeitos de terem laços com a Rússia, sejam eles próximos ou indiretos. Por exemplo, em nome da “liberdade de expressão”, Durov já tinha prestado homenagem a Charlie Kirk, um activista americano ultraconservador, após o seu assassinato em 10 de Setembro.

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Fonte: Le Monde

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