Acordo com Lituânia deve abrir caminho para mais vendas da Embraer na Otan (REUTERS/ Pascal Rossignol)
Investidores e analistas receberam com entusiasmo nesta quarta-feira os novos acordos anunciados pela Embraer (EMBR3) na Paris Airshow, incluindo uma grande encomenda de jatos pela SkyWest Airlines e um acordo de defesa com a Lituânia.
Os anúncios impulsionaram as ações da Embraer, que subiram até 5%, respondendo pelo melhor desempenho do Ibovespa no dia e evidenciando o momento positivo da companhia para vendas.
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A Embraer teve um início turbulento em Le Bourget na segunda-feira, após a companhia aérea polonesa LOT, operadora de longa data dos jatos E-Jet, optar pelo jato regional A220, da Airbus, em vez dos modelos E2 da fabricante brasileira, após uma disputa acirrada por um contrato de 40 aeronaves.
Mas a empresa se recuperou nesta quarta-feira, ao receber um pedido firme de 60 aeronaves E175 da norte-americana SkyWest Airlines, em uma encomenda avaliada em US$3,6 bilhões, que inclui direitos de compra que envolvem 50 jatos adicionais.
O valor se refere a preços de tabela da aeronave, de acordo com a Embraer, e o pedido será incluído na carteira de encomendas da fabricante brasileira do segundo trimestre.
O acordo foi descrito como uma “mega encomenda” pelo presidente do segmento de aviação comercial da Embraer, Arjan Meijer, que afirmou em comunicado que o E175 é a “base da aviação regional na América do Norte”.
Analistas do Santander classificaram o negócio como um “desenvolvimento altamente positivo” para a Embraer, destacando o impulso relevante na carteira de pedidos e os sinais de demanda contínua pelos modelos de primeira geração em uma região importante.
A fabricante brasileira também divulgou que a Airlink, da África do Sul, pretende arrendar 10 jatos E195-E2 de segunda geração da empresa de leasing Azorra — movimento que, segundo o Itaú BBA, pode resultar em novos pedidos no futuro por parte da locadora norte-americana.
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Impulso da Otan
Na área de defesa, a Lituânia anunciou a escolha do avião cargueiro C-390 Millennium, da Embraer, como a aeronave de transporte militar de próxima geração do país, abrindo caminho para a aquisição de três aeronaves. Os detalhes financeiros não foram divulgados.
Analistas disseram que a decisão pode levar a mais pedidos de países europeus e membros da Otan, já que Portugal, Hungria e Holanda também escolheram a aeronave, que compete com o C-130, da Lockheed Martin.
“Vemos potencial para pelo menos 50 novos pedidos do C-390 por países da Otan com o aumento dos investimentos em defesa na Europa”, disse o Bradesco BBI em nota a clientes.
A Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, atrás da Airbus e da Boeing, tem se beneficiado da forte demanda por seus jatos. Suas ações já subiram 30% neste ano e, no ano passado, acumularam uma valorização de mais de 150%.