Após anos trabalhando no setor de franquias, ela criou o Mr. Fit, enfrentou desafios como a perda de toda a produção da fábrica e transformou seu negócio em uma rede com mais de 800 unidades, mantendo o foco em adaptação e propósito
Camila Miglhorini iniciou sua trajetória no franchising atuando em diversas funções ligadas a este universo, por meio da formatação de franquias e captação de franqueados. Mesmo antes de empreender, ela já conhecia todas as pontas de um sistema de franquia.
O salto para o empreendedorismo aconteceu com a fundação do Mr. Fit, rede de alimentação saudável – que hoje conta com mais de 800 unidades. No início, o negócio vendia apenas saladas no pote. Com o tempo, foi se adaptando à demanda do mercado e incorporando marmitas e outras opções. Atualmente, o foco está nas marmitas saudáveis.
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Miglhorini destaca que o cardápio já passou por diversas reformulações ao longo dos anos, sempre buscando acompanhar as mudanças de comportamento do consumidor.
Ao pensar em expandir via franquias, ressalta a CEO, é preciso deixar a vaidade de lado. Isso porque muita gente acaba acreditando que, porque um negócio deu certo em um lugar, tem potencial para poder funcionar igual em qualquer região. Porém, quem está no dia a dia, sabe que não é bem assim. É necessário testar o modelo diversas vezes antes de escalar. “Testa quatro, cinco, seis vezes, aí sim você começa a franquear”, recomenda.
Pensou em desistir
Um dos momentos mais difíceis foi a implantação da fábrica do Mr. Fit, localizada no interior de São Paulo. Sem experiência na operação de fábricas, Camila precisou reaprender processos do zero e passar a atuar diretamente na produção. “Entrava às 6h da manhã e saía às 2h da manhã. Tinha até colchão lá”, relembra.
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Um dos episódios mais marcantes ocorreu quando dois contêineres de refeições estragaram devido a uma falha no sistema de refrigeração. Toda a produção de dois meses foi perdida. “Foi um dia que eu pensei em desistir”, conta. Para conseguir cumprir os prazos, organizou uma força-tarefa com diferentes turnos de produção. A equipe da fábrica mobilizou amigos e familiares para ajudar, e, apesar dos atrasos, as entregas foram feitas.
A fábrica hoje conta com 59 funcionários diretos, além da equipe do escritório e das consultoras que acompanham os franqueados. Ao todo, a operação emprega entre 150 e 170 pessoas. Camila afirma que valoriza mais o perfil e a vontade de crescer dos funcionários do que a experiência no currículo. “Quando alguém vem pela empresa e acredita no que estamos fazendo, isso faz toda a diferença”, diz. Ela costuma observar se os candidatos conhecem a história do Mr. Fit antes de contratar.
Relacionamento nas franquias
A gestão dos franqueados também foi uma habilidade construída com o tempo. Segundo ela, há um ciclo comum entre os novos franqueados: no início, a expectativa é alta; depois, surge a autoconfiança e, eventualmente, as dificuldades. “Não dá para soltar a mão totalmente, mas também não pode controlar demais. O franqueado precisa sentir que é dono daquilo”, explica. Por isso, ela valoriza a participação dos franqueados em decisões como alterações no cardápio e identidade visual das lojas.
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E, no início, diz que sentiu o peso da responsabilidade. “Agora, se der errado, a culpa é minha”, afirma. Ela também destaca a diferença entre ser CLT, que oferece uma segurança, especialmente para quem tem filhos. Já o empreendedorismo exige assumir riscos.
Referência para mulheres
Além da atuação como empresária, Camila também é palestrante e coautora do livro “Liderança Destemida”, voltado para mulheres líderes. Ela vê nas palestras uma oportunidade de inspirar outras pessoas com sua trajetória. “Eu gosto de contar a história para mostrar que é possível. Se eu consegui, você também consegue”, resume. E reforça: para empreender, é necessário ter habilidades como resiliência, otimismo e organização.
O maior erro e o maior acerto
Sobre o maior erro que cometeu, aponta a centralização e a demora para delegar. Já o maior acerto foi acreditar no negócio – mesmo quando tudo parecia difícil.
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Ela continua buscando referências e aprendizados com outras histórias empreendedoras. Afirma que assiste a muitas palestras, TED Talks e entrevistas, e que gosta de ouvir como outros empreendedores enfrentam seus próprios desafios. “Sempre dá para aprender alguma coisa”, diz.
Se pudesse dar um conselho à Camila de 2011, quando o Mr. Fit começou, ele seria simples: “Vai. Continua. Vai dar certo”.
Fonte: Info Money