A notícia de que a Duracell voltou na semana passada a processar a Energizer por conta de uma publicidade comparativa agressiva, é mais um capítulo na guerra das pilhas que as duas companhias têm travado ao longo de décadas. Os processos de ambas as partes envolvem normalmente propagandas sobre a vida útil das baterias, mas também já se fixaram em direitos autorais sobre a conhecida imagem do coelho rosa, adotado por ambas as empresas.
O litígio desta vez está ligado a uma campanha nacional com a coelho rosa Energizer Bunny numa espécie de duelo de velho-oeste contra uma pilha não-identificada, mas claramente fazendo alusão à concorrente. Após o coelho derrotar o oponente, o locutor afirma: “sem enrolação, apenas fatos”.
A Energizer tem reforçado a mensagem de que suas pilhas Max duram 10% mais do que as Duracell, marca de propriedade da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett. Segundo a queixa protocolada no dia 13 de junho em um tribunal federal em Manhattan, a Duracell alega estra sofrendo “danos irreparáveis à reputação” por causa dos anúncios. A alegação é de que o desempenho superior alegado é referente a apenas um teste seletivo. Quer não só a interrupção da publicidade, mas também ressarcimento das supostas perdas.
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As empresas já haviam judicializado a questão há cinco anos, após comparações feitas sobre as baterias Duracell Optimum e Energizer MAX. Em dezembro de 2020, os processos foram arquivados com as partes concordando apenas em afirmar que cada pilha era a mais forte para diferentes fins.
Houve novo confronto em 2022, desta vez em um tribunal no Canadá, onde Energizer ganhou um processo judicial de sete anos contra a Duracell com o argumento que as embalagens da concorrente não podiam citar seu nome porque isso violava a lei de marcas registradas. A Duracell foi liberada para dizer nas embalagens que era superior à “marca do coelho” ou “a próxima marca competitiva líder”.
De quem é o coelho?
Mas foi exatamente a respeito da figura do coelho rosa que aconteceu a disputa mais barulhenta. O Pink Bunny da Duracell apareceu pela primeira vez em 1973, com um conceito de um animal fofinho movido a pilha e que continuava tocando o seu tambor após o concorrente ficar sem energia.
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Mas a Duracell deixou sua marca registrada caducar em 1988 e a Energizer aproveitou para estrear sua própria versão em 1989 de um Pink Bunny, mais “descolado” e até usando um par de óculos escuros.
O sucesso do novo bichinho de pelúcia da concorrente foi tão grande que a Duracell entrou na Justiça em 1992 por alegação de quebra de direito intelectual sobre o personagem Pink Bunny. Mesmo com o reconhecimento da ideia original da Duracell, a Energizer foi autorizada a manter seu próprio coelho, após a alegação de forte reconhecimento do público e da estratégia comercial em torno disso.
Houve um acordo extrajudicial confidencial sob o qual a Energizer assumiria os direitos exclusivos de marca registrada nos Estados Unidos e no Canadá, enquanto a Duracell ficaria com os direitos no restante do mundo. Em 2016, foi a Energizer quem reclamou nos tribunais que a Duracell estava usando seu personagem no mercado americano.
Fonte: Info Money