A dica de sucesso deste milionário que limpava caminhões: menos planos, mais ação

No atual e instável mercado de trabalho e com a inflação persistente, sair de um emprego sem futuro pode parecer impossível. O sonho de fazer algo significativo—ou até mesmo algo melhor—pode começar a desvanecer, um sentimento que Jesse Itzler conhece bem.

Muito antes de se tornar um empreendedor em série multimilionário, Itzler estava limpando caminhões frigoríficos nos EUA por US$ 7 (R$ 37) a hora e trabalhando nos verões como auxiliar em piscina infantil. Ele até tentou, sem sucesso, ser rapper.

Mas Itzler percebeu logo cedo que uma oportunidade, se aproveitada, pode mudar tudo. Anos mais tarde, quando teve a ideia de fundar uma empresa de jatos particulares, ele sabia que precisava de um único cliente para torná-la real.

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A aposta do muffin e a recompensa da ação

Ele, então, apareceu na porta de uma conferência TED no Vale do Silício e notou um fluxo constante de participantes parando na cafeteria local. Na manhã seguinte, ele estava lá às 5 da manhã—e comprou todos os muffins do lugar.

“Ei, tenho um muffin extra, se você quiser”, ele oferecia aos participantes da conferência.

O ato pequeno, mas ousado, o ajudou a fazer os contatos certos, conseguir seus primeiros clientes e, por fim, expandir a Marquis Jet para mais de US$ 5 bilhões (R$ 26,7 bilhões) em vendas. Ele vendeu a empresa para a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, em 2010 por um valor não revelado.

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“Às vezes, você está a apenas um movimento de mudar sua vida”, Itzler escreveu em seu LinkedIn no início deste ano. “Não um plano de negócios. Não um investidor. Uma ideia criativa. Uma conversa certa. Um movimento ousado. O universo não recompensa planos perfeitos. Ele recompensa a ação.”

E embora ele admita que nem todos possam construir um negócio multibilionário, a distância entre onde você está hoje e o que você poderia ser é menor do que parece: “Mantenha a consistência e dê um pequeno passo todos os dias.”

A mensagem de Itzler para a Geração Z: esqueça o ‘caminho seguro’

A aposta do muffin de Itzler poderia facilmente ter sido um fracasso, deixando-o apenas com uma pilha de doces e um ego ferido. Mas não foi, e essa disposição para assumir riscos inteligentes, ele disse, é o que frequentemente separa aqueles que encontram um propósito daqueles que apenas comparecem pelo salário.

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“Logo depois da faculdade, vi amigos mergulharem de cabeça no mercado de trabalho”, Itzler relembrou em uma postagem no LinkedIn na semana passada. “Trabalho, trabalho, trabalho. Sem viagens. Sem experimentos. Sem exploração. Apenas o batidão. E antes que percebessem eles envelheceram rápido.”

Agora, aos 50 e poucos anos, Itzler disse que viu muitas pessoas seguirem o chamado caminho “seguro”—o emprego estável, a promoção previsível—apenas para se verem presos e esgotados. Seu conselho, especialmente para a Geração Z, é resistir ao que parece fácil.

“O melhor investimento que você pode fazer aos 20 e poucos anos não é apenas uma carreira”, ele escreveu. “É a experiência.”

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E embora isso não signifique que você deva abandonar sua carreira de forma imprudente, ele disse que os jovens não devem ter medo de fazer uma viagem, tentar uma atividade paralela e aceitar uma oportunidade aventureira.

“Experimente tudo”, ele disse. “Descubra o que funciona. Encontre o que te anima. A hora de explorar é agora.”

A “Fortune” procurou Itzler para mais comentários.

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A sorte favorece os audaciosos

Ter uma atitude audaciosa não é apenas uma mentalidade vencedora, é um fio condutor para muitos dos empreendedores de sucesso de hoje.

Veja, por exemplo, a própria esposa de Itzler, Sara Blakely.

A fundadora da Spanx usou todas as suas economias de US$ 5.000 (R$ 26,7 mil), feitas vendendo aparelhos de fax de porta em porta, para lançar seu império de roupa modeladora.

Mas, para sair do zero nos primeiros dias, ela precisou pensar fora da caixa, e até quebrar algumas regras. Quando o produto de Blakely chegou às lojas de departamento Neiman Marcus, ela pessoalmente reorganizou os expositores, movendo a Spanx do que ela chamava de “o canto mais sonolento da loja” para o caixa.

“Eu sempre digo: peça perdão, não permissão”, ela lembrou à conta de mídia social School of Hard Knocks.

Sua abordagem criativa e agressiva não parou por aí. Blakely rodava com uma placa de carro personalizada “SPANX”, se inscreveu no reality show do bilionário britânico Richard Branson e até pagou amigos para entrarem nas lojas de departamento e comprarem seus produtos para que eles não fossem retirados das prateleiras.

Duas décadas depois, a ousadia compensou. Em 2021, ela vendeu a empresa por US$ 1,2 bilhão (R$ 6,4 bilhões) —um ganho de 240 mil vezes sobre seu investimento de US$ 5.000. E como ela optou por apostar em si mesma durante toda a jornada e nunca aceitou investidores externos, ela colheu todos os benefícios.

Brian Chesky, cofundador e CEO do Airbnb, compartilhou uma mentalidade semelhante de estar disposto a assumir riscos não convencionais.

Nos primeiros dias da empresa, Chesky e seus cofundadores lutaram para atrair investidores para sua ideia não testada de fazer estranhos abrirem suas casas para viajantes.

Para se destacar e financiar seus custos operacionais, a equipe projetou e vendeu caixas de cereais de edição limitada chamadas Obama O’s e Cap’n McCain’s durante a eleição presidencial de 2008.

A jogada valeu a pena. Não só os ajudou a levantar US$ 30.000 (R$ 160,5 mil), mas também chamou a atenção do investidor Paul Graham da Y Combinator.

“Bom, se vocês conseguem convencer as pessoas a pagar US$ 40 por caixas de cereal de US$ 4, talvez, só talvez, consigam convencer estranhos a morarem juntos”, disse Graham, segundo Chesky.

O Airbnb finalmente conquistou uma vaga no programa de startups da Y Combinator em 2008, o que concedeu à empresa US$ 20.000 em troca de uma participação de 6%—e o resto é história. Hoje, o Airbnb vale quase US$ 75 bilhões (R$ 401 bilhões).

2025 Fortune Media IP Limited

Fonte: Info Money

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