20% das pessoas em São Paulo vieram de outros estados; baianos e mineiros lideram

Cerca de 20% dos 44,4 milhões de moradores do Estado de São Paulo, o equivalente a 8,6 milhões de pessoas, nasceram em outras unidades da federação, conforme o mais recente levantamento feito pela Fundação Seade utilizando dados do Censo Demográfico do IBGE de 2022.

Esse fenômeno migratório moldou profundamente a dinâmica econômica, cultural e demográfica do estado, segundo Paulo Borlina Maia, pesquisador da Fundação Seade. “São Paulo se construiu como ponto de chegada de diferentes povos e continua sendo um destino estratégico de migração no país”, afirma.

Nordeste e Minas na liderança

Entre os migrantes, os baianos e os mineiros se destacaram na população e, juntos, respondem por mais de 40% desse contingente. Logo depois aparecem Paraná, Pernambuco e Ceará (30%), seguidos por Alagoas, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro e Maranhão (19%). Essa diversidade reforça a identidade multicultural paulista.

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Fonte: Seade

Faixa etária

O estudo também aponta diferença significativa na idade média entre grupos: moradores nascidos fora têm, em média, 49 anos, enquanto paulistas nativos possuem idade média de 35 anos. No caso dos estrangeiros residentes, essa média é de 48 anos. Esse contraste contribui para o rejuvenescimento da população por meio dos filhos dos migrantes nascidos no estado.

Paulistas em outros estados

Por outro lado, a migração em sentido contrário também é expressiva. Cerca de 2,9 milhões de paulistas atualmente vivem em outros estados. Entre os principais destinos estão Paraná e Minas Gerais (respondendo por 39% das migrações), seguidos pela Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro (28%) e por Pernambuco, Mato Grosso, Goiás e Ceará (16%).

Impactos econômicos e sociais

Mais do que números, os dados indicam necessidades econômicas e sociais para responder aos impactos causados pela migração intensa para o Estado de São Paulo. Entre os maiores impactos estão:

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– Mercado de trabalho: a entrada de milhões em idade ativa potencializa a oferta de mão de obra e pode impulsionar setores como serviços, construção e comércio. Mas exige políticas para formação dessa mão de obra.

– Investimento público: a diversidade exige políticas públicas que atendam a demandas distintas, como habitação, saneamento e mobilidade, elevando a complexidade da gestão regional.

– Cultura e consumo: a mistura regional estimula novos estilos de consumo, práticas culturais e gastronômicas, impulsionando a economia criativa.

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– Regiões de origem: o deslocamento também reflete desigualdades regionais. A população que sai de estados com menos infraestrutura contribui com dinamismo econômico nos locais de destino.

Desafios demográficos: a população migrante mais velha evidencia a importância de políticas de saúde e apoio social adequadas.

Fonte: Info Money

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